domingo, 30 de junho de 2013

Entenda  o significado do Pai Nosso

Jesus ensinou esta oração tão linda a seus discipulos enquanto esteve aqui na Terra. Ela nos aproxima muito de Deus, pois nos permite chamar Deus de Pai. Agora vamos compreender esta oração parte por parte:
 
"Pai Nosso"
Contém a imagem do Pai que tanto amou o mundo e deu a este o Seu único Filho. E quando da invocação de Pai, acrescentamos "nosso", porque estamos saindo de nosso individualismo e reconhecendo em todo homem a mesma dignidade de que nos glorificamos, de sermos filhos de Deus.

"Que estais no céu" 

Evoca a morada do nosso Pai, o céu, a nossa pátria, nosso destino, porque o Filho desceu do céu para nos fazer subir com Ele por meio de Sua cruz e Sua ressurreição.

"Santificado seja o Vosso nome" 
Pedimos a Deus que Sua santidade se manifeste nos homens, que vença o pecado do mundo, que Sua luz dissipe as trevas do mal e Seu esplendor apareça com maior claridade para que todos os homens O reconheçam.

"Venha a nós o Vosso Reino"

Recordamos que o Reino de Deus é justiça, paz e gozo no Espírito Santo, que os cristãos estão comprometidos a trabalhar intensamente para que os valores do Reino do Senhor sejam vividos no mundo.

"Seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu"

Nós somos radicalmente impotentes para cumprir a vontade do Pai, por isso devemos pedir a Ele que una nossa vontade à de Seu Filho para que possamos cumprir Seus intuitos. Unidos a Jesus e com o poder de Seu Espírito, poderemos fazer a vontade do Pai.

"O pão nosso de cada dia nos dai hoje"

Chama os cristãos a assumir uma responsabilidade efetiva para com seus irmãos, principalmente diante das dificuldades sociais e materiais que abalam a sociedade.

"Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido"

O cristão deve recordar que a misericórdia não pode penetrar em nosso coração até que tenhamos perdoado os que nos ofenderam. E negar o perdão aos irmãos é fechar o coração, mantendo-o duro e impermeável ao amor misericordioso do Pai.

"Não nos deixeis cair em tentação"

Dá-nos a certeza de que a vitória sobre a tentação só é possível mediante a oração.

"Mas livrai-nos do mal"

Remete a uma pessoa: "Satanás, o maligno, o anjo que se opõe a Deus", por quem o pecado e a morte entraram no mundo. O Senhor nos garantiu que só poderemos assegurar a vitória sobre o mal se nos unirmos em Jesus Cristo, porque Ele venceu definitivamente o inimigo com Sua morte e ressurreição.

sábado, 22 de junho de 2013

Ano da Fé
Creio em um só Deus Pai
Todo-Poderoso
Vamos entender o significado do Creio Nicenoconstantinopolitano? Vamos refletir a parte que fala de Deus Pai  Todo-Poderoso?
O Pai celeste é um Deus todo-poderoso. Afirmação semelhante foi feita pelo Anjo a Maria, no ato da encarnação virginal, ocasião em que foi feito também o anúncio da maternidade de Isabel, apesar da idade avançada: “Para Deus, com efeito, nada é impossível” (Lc 1,37).
O homem foi capaz de abandonar o panteísmo, isto é, a crença em vários deuses, porque acreditou num Deus único, cujos poderes ultrapassam todos os deuses juntos, como afirma o Salmo: “Na verdade, o Senhor é o Grande Deus, o grande Rei, muito maior que os deuses todos” (94/95,3).
Sua onipotência se afirma em dois pilares emblemáticos: o poder de criar a partir do nada e o poder
de ressuscitar os mortos. É por isso que Paulo diz: “Deus faz viver os mortos e chama à existência coisas que não existem” (Rm 4, 17). Nestas duas afirmações está implícita toda a obra da salvação, que no primeiro momento se manifesta na criação de tudo a partir do nada, e, no segundo momento, se torna plena na redenção que se operou por meio da ressurreição de Jesus.
 


Jesus convida os discípulos

Foi a beira do mar da Galileia que Jesus começou sua pregação e seus gestos de amor. Sabia que lá viviam pessoas simples, pescadores, artesãos, a vida acontecia de forma alegre e espontânea. Eram livres para tomar suas decisões. Sua fama se espalhou e muita gente vinha ao encontro de Jesus. Ele ensinava, curava os doentes, falava do Reino do Pai, que é um Reino de amor, de justiça e de paz. Como o numero de pessoas começou a aumentar, ele precisou de muita gente para ajuda-lo. Assim percebeu que no meio de tantos que o seguiam havia alguns que se destacavam. Começou a convidar um a um pelo nome. Os que foram convidados por Jesus aceitaram segui-lo. Pedro seu irmão André, deixaram barco e redes na praia e foram com Jesus. Tiago e seu irmão João deixaram seu pai e os empregados e o seguiram. Assim foi cada vez aumentando mais o numero de discípulos e discípulas de Jesus. Sigam-me, diz Jesus aos discípulos. Seu chamado e a nossa resposta são dois pontos importantes da fé. Ninguém pode chamar-me no lugar de Jesus e ninguém pode responder no meu lugar.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O Reino de Deus é para todos
O Povo de Israel, que também é conhecido como Povo de Deus, esperava o Reino do Senhor se realizando a partir de um governo, que traria a paz e a ordem para Jerusalém e para o povo judeu. Aquele povo pensava no Reino de Deus como o fim de todas as guerras, da fome e de todo o sofrimento. Eles esperavam um Reino que se realizaria neste mundo. Por isso, quando Jesus disse que o Reino de Deus está entre eles, os fariseus não compreenderam, pois os judeus estavam sob a dominação dos romanos, um povo considerado pagão por eles.
Os fariseus não compreendiam que Jesus lhes falava da Sua presença neste mundo. Pois, Ele é Deus e com a Sua vinda a este mundo já estava presente o Reino de Deus. Jesus é Deus, mas também é homem. Ele tem um coração humano no qual o Pai reinou, por isso, Jesus é o Reino de Deus em pessoa. Nele, no coração humano de Jesus Cristo se realizou plenamente o Reino de Deus. Jesus veio ao mundo, encarnou-se no ventre da Virgem Maria e reinou no coração dela, para que Deus também reine no meu e no seu coração.
Temos na Virgem Maria, humana como nós, aquela na qual Deus reinou plenamente. Ela é a cheia de graça, cheia do Espírito Santo, por isso, foi capaz de realizar a vontade do Pai, gerando Jesus Cristo, o Verbo de Deus encarnado. Nossa Senhora nos foi dada como mãe (cf. Jo 19, 27) para que ela gere seu Filho Jesus Cristo em nós. Dessa forma, o Reino de Deus se realizará em mim e em você. Porém, para que isso aconteça, precisamos nos entregar inteiramente a ela.
A Virgem Santíssima quer gerar Jesus Cristo em nós, mas para que isso aconteça, preciso ser, como ela, dócil ao Espírito Santo. Nós precisamos ser todo de Jesus Cristo, mas para isso, precisamos ser todo de Maria, consagrar a ela toda a nossa vida, os nossos sonhos, os nossos projetos, os nossos bens, a nossa família. Pois, para ser todo de Maria, precisamos nos desapegar de tudo, até mesmo de nossos pensamentos, das nossas opiniões.
Assim, quando entregamos tudo nas mãos da Virgem Maria, ela gera em nós Jesus Cristo. Somente assim é que Jesus reinará plenamente no meu e no seu coração. Peçamos a Nossa Senhora que realize esta obra em nós, para que o Reino de Deus esteja em nosso meio, para que o Reino de Deus, que é Jesus Cristo, esteja presente em nossas vidas. Consagrando-nos inteiramente a Maria, Cristo já reina em nós, mas estamos também na expectativa da Sua vinda definitiva e da realização do Reino dos Céus.

sábado, 25 de maio de 2013

O Batismo de Jesus





 "Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer"




Após a celebração da Epifania do Senhor a Igreja Católica celebra o Batismo do Senhor, no domingo entre os dias 09 e 13 de janeiro. No dia seguinte a essa celebração, inicia-se o Tempo Comum.

À margem do rio Jordão, João Batista prega a conversão dos pecados como meio para receber o reino de Deus que está próximo. Jesus entra na água, como todo o povo, para ser batizado. Para os judeus, o batismo era um rito penitencial; por isso, aproximavam-se dele confessando seus pecados. Entretanto, o que Jesus recebe não é só um batismo de penitência; a manifestação, do Pai e do Espírito Santo dão-lhe um significado preciso. Jesus é proclamado "filho bem-amado" e sobre ele desce o Espírito que o investe da missão de profeta (anúncio da mensagem da salvação), sacerdote (o único sacrifício agradável ao Pai), rei (messias esperado como salvador).

O batismo de Cristo é o "nosso batismo"

A redação dos evangelistas procura apresentar o batismo de Jesus como batismo do "novo povo de Deus", o batismo da Igreja. No livro do Êxodo, Israel é o filho primogênito, que é libertado do Egito para servir a Deus e oferecer-lhe o sacrifício (Ex 4,22); é o povo que passa entre os diques de água no mar Vermelho, e no caminho enxuto através do rio Jordão.
Cristo é o "filho bem-amado" que oferece o único sacrifício agradável ao Pai; Cristo, que "sai da água" é o novo povo libertado, e a libertação é definitiva; o Espírito não só desce sobre Cristo, mas permanece sobre ele. O Espírito, que depois do pecado não tinha mais morada permanente entre os homens (Gn 6,3), agora permanece para sempre em Cristo e na Igreja que é seu complemento.
A missão de Cristo tem sua imagem na do Servo sofredor de Isaías (2ª leitura). O "Servo de Javé" é aquele que carrega os pecados do povo. Em Cristo, que se submete a um ato público de penitência (confissão dos pecados e batismo), vemos a solidariedade do Pai, Filho e Espírito Santo com a nossa história. Jesus não se distancia da humanidade pecadora; é um homem com os homens; vindo a uma humanidade pecadora, identifica-se com ela, mas não é pecador. Não confessa os seus pecados, mas confessa por nós. A universalidade de sua confissão e a santidade de sua existência fazem com que a velha humanidade passe a uma humanidade renovada.

Na descoberta do próprio batismo

Os fiéis que nasceram e viveram na fé da Igreja têm necessidade de redescobrir a grandeza e as exigências da vocação batismal. É paradoxal que o batismo, fazendo o homem um  membro vivo do Corpo de Cristo, não esteja bem presente na consciência explícita do cristão e que a maior parte dos cristãos não considere o ingresso na Igreja, através da iniciação batismal, como o momento decisivo de sua vida. O batismo nos foi dado em nome de Cristo; põe-nos em comunhão com Deus; integra-nos na Família de Deus; é um novo nascimento; uma passagem da solidariedade no pecado à solidariedade no amor; das trevas e solidão ao mundo novo da fraternidade.
Uma nova sensibilidade para com o batismo foi suscitada na Igreja pelo Espírito; hoje, mais do que nunca, nas comunidades cristãs, apresenta-se a vida cristã como "viver o seu batismo"; e se manifesta mais intensamente nos adultos a necessidade de repercorrer os caminhos do próprio batismo, através de um "catecumenato" feito de profunda experiência comunitária e sério conhecimento da Escritura.

O batismo de nosso filho

É um problema bastante debatido, não só pelo valor e eficácia do batismo dado à criança, quanto por sua oportunidade na sociedade atual. Entramos numa época de pós-cristandade, caracterizada pelo pluralismo e valores de fraternidade e resposanbilidade pessoal. A família não tem mais a influência determinante de outros tempos; os pais não estão em condições de fazer opções definitivas pelos filhos. Mais ainda, as estatísticas e a experiência afirmam que grande quantidade das crianças batizadas não são depois, de fato, suficientemente instruídas e educadas na fé cristã. Os motivos que levam certos pais a buscar o batismo de seus filhos podem ser a convivência social, a tradição familiar e o medo supersticioso.
A solução do problema não é fácil, e as experiências atuais podem dar origem a embaraços, perplexidades, recusa. Convém inserir o problema no quadro de uma "pastoral de conjunto", que tenda para a renovação da catequece batismal em toda a Igreja, e particularmente a um catecumenato de toda a família do batizando. O que importa não é marcar a data do batismo, mas percorrer um caminho de fé.

Liturgia

Primeira Leitura Is 42, 1-4.6-7
Leitura do Livro do Profeta Isaías
Assim fala o Senhor: "Eis o meu servo - eu o recebo; eis o meu eleito - nele se compraz minh`alma; pus meu espírito sobre ele, ele promoverá o julgamento das nações. Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas. Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega; mas promoverá o julgamento para obter a verdade. Não esmorecerá nem se deixará abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra; os países distantes esperam seus ensinamentos. Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas."
Palavra do Senhor.
Graças à Deus.

Salmo 28

R. Que o Senhor abençõe, com a paz, o seu povo!

- Filhos de Deus, tributai ao Senhor,
tributai-lhes a glória e o poder!
Dai-lhe a glória devida ao seu nome;
adorai-o com santo ornamento! R.

- Eis a voz do Senhor sobre as águas,
sua voz sobre as águas imensas!
Eis a voz do Senhor com poder!
Eis a voz do Senhor majestosa. R.

- Sua voz no trovão reboando!
No seu templo os fiéis bradam: "Glória!"
É o Senhor que domina os dilúvios,
o Senhor reinará para sempre! R.

Segunda Leitura At 10, 34-38
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: "De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença. Deus enviou sua palavra aos israelitas e lhes anunciou a Boa-nova da paz, por meio de Jesus Cristo, que é o Senhor de todos. Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judéia, a começar pela Galiléia, depois do batismo pregado por João: como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele".
Palavra do Senhor.
Graças à Deus.

Evangelho - Ano A: Mt 3, 13-17

Evangelho - Ano B: Mc 1, 7-11
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos
Naquele tempo, João Batista pregava, dizendo: "Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo". Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galiléia, e foi batizado por João no rio Jordão. E logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. E do céu veio uma voz: "Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer".
Palavra da Salvação.
Glória à vós, Senhor.

Evangelho - Ano C: Lc 3, 15-16.21-22

Fonte: Missal Dominical

sábado, 18 de maio de 2013

Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo 
 
O texto que vamos refletir é o de Lc 2, 1-14. Essa passagem é típica do estilo de Lucas e contém muito material peculiar a ele. Ele toma as tradições de que Maria e José eram de Nazaré e que Jesus nasceu em Belém, liga-as com as figuras de Augusto, Herodes o Grande e o Governador Quirino, e através dessas figuras tece um texto que une oito dos seus temas favoritos: “comida”, “graça”, “alegria”, “pequenez”, “paz”, “salvação”, “hoje”, e “universalismo”. Lucas é um verdadeiro artista das palavras evangélicas!
Esse trecho pode ser subdivido assim:
1) O contexto histórico e o nascimento de Jesus: 2, 1-7
2) Pronunciamentos angélicos explicando o sentido de Jesus: 2, 8-14
3) Respostas aos pronunciamentos dos anjos: 2, 15-20
A chave para a compreensão do texto se acha nos versículos 11-14. Aqui Lucas apresenta Jesus como o Messias davídico que trará o dom escatológico de paz, o Shalom de Deus. Assim, ele faz contraste com a figura de César Augusto. Na impotência da sua infância, Jesus é o Salvador que traz a verdadeira paz, em contraste com o poderoso Augusto, que era celebrado no culto oficial imperial como o fundador de um reino de paz, a “Pax Romana”. O “Shalom” é, na verdade, o contrário da “Pax Romana” como hoje seria o oposto da pretensa “paz” imposta pelos canhões e bombardeiros da força militar prepotente - a “Pax Americana”! Essa revelação da parte dos anjos é recebida e aceita pelos humildes pastores e meditada por Maria, modelo de fé, e os discípulos, que terão que meditar e aprofundar o sentido de Jesus para eles, sem cessar!
Desde a Idade Média, o presépio tem mantido o seu lugar como um dos símbolos mais caros aos cristãos. Porém, é bom não deixar que a cena do nascimento de Jesus se torne uma cena somente sentimental, com lembranças saudosas da nossa infância! O relato quer sublinhar a opção de Deus que se encarnou como pobre, sem as mínimas condições para um parto digno. Em nossos presépios, até o boi e o asno tomaram banho! A realidade de nascer numa gruta ou estrebaria era diferente! Jesus nasce em condições semelhantes a milhões de pobres e excluídos pelo mundo afora, nos dias de hoje! É mais uma manifestação da fraqueza de Deus, que é mais forte do que os homens! (1Cor 1, 25).
Diferente de Mateus - que tem outros interesses teológicos - os protagonistas dessa cena são os pastores. Na época, eles eram considerados pessoas desqualificadas, marginais, sujas, ritualmente impuras. Mas, é para essa gente que os anjos revelam o sentido do acontecido e são eles os primeiros a encontrar Jesus recém-nascido. Assim, em Lucas, são pessoas à margem da sociedade que testemunham o nascimento de Jesus e igualmente são pessoas desqualificadas que são as testemunhas da Ressurreição - as mulheres! Lucas não perde uma oportunidade para destacar a opção preferencial de Deus pelos pobres e humilhados!
O trecho continua com mais três ênfases tipicamente lucanas: “não ter medo”, “sentir e expressar alegria” e o termo “hoje”. Os ouvintes poderão ter coragem e alegria, porque a salvação de Deus irrompe no mundo “hoje”, não numa data futura distante. Essa ideia volta diversas vezes: na sinagoga, depois de fazer a leitura de Isaías, Jesus dirá que “hoje cumpriu-se essa passagem” (4, 21); a Zaqueu, Jesus afirma que “hoje a salvação entrou nessa casa” (18, 9); ao condenado na cruz, Jesus garante que “hoje estará comigo no paraíso” (23, 43). O Reino da Salvação está sendo inaugurado, e por Jesus, na fraqueza da exclusão social, e não por César, com toda a pompa da corte e das armas! Numa manjedoura e não num palácio imperial! Por parte de quem carece de força e prestígio, e não pelos poderosos e fortes do mundo!
Os pastores não somente testemunham a presença do recém-nascido em Belém, mas anunciam o que disseram os anjos (v. 17). Essa Boa-Notícia complementa o que foi já anunciado à Maria em 1, 31-33, por Maria em 1, 46-45, e por Zacarias em 1, 68-79. É muito significativo o termo que Lucas emprega para descrever a reação de Maria: “Maria, porém, conservava todos esses fatos, e meditava sobre eles em seu coração” (v. 19). Aqui Lucas retrata, através de Maria, a atitude do/a discípulo/a diante dos mistérios de Deus, revelados em Jesus. Maria não capta o significado pleno dos eventos e os rumina no seu íntimo. A ideia volta de novo em Lc 2, 51: “Sua mãe conservava no coração todas essas coisas”. É uma maneira de apontar para a caminhada de fé que Maria trilhou e que todos nós, que não captamos o sentido pleno da ação de Deus em nossas vidas; teremos que andar.
O texto encerra afirmando que os pobres e marginalizados, personificados nos pastores, “voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que haviam visto e ouvido” (v. 20). Qualquer celebração de Natal que não dê para os oprimidos motivo para alegria, coragem e louvor a Deus, pode ser tudo, menos uma celebração cristã! 
 

sábado, 11 de maio de 2013

João veio preparar a vinda do Salvador
João Batista nasceu cerca de cinco meses antes de Jesus numa região montanhosa de Judá. Tanto seu pai, o sacerdote Zacarias, como sua mãe Isabel, eram descendentes de Aarão. Sua mãe era prima de Maria, a mãe de Jesus. O nascimento de João Batista foi assim: A Bíblia nos conta em Lucas 1.5-25, que seus pais eram pessoas que amavam a Deus, porém, eles eram pessoas idosas e Isabel era estéril, não tinha filhos. Certo dia, quando Zacarias oferecia incenso no Templo, o anjo Gabriel apareceu para lhe dizer que sua mulher iria ter um filho e seu nome seria João. Porém, seu pai duvidou e ficou mudo.
O anjo dissera, também, que este filho seria cheio do Espírito Santo desde o seu nascimento, e teria a tarefa de preparar o povo de Israel para a vinda do Messias, que é Jesus. E assim, aconteceu. João nasceu para cumprir o propósito de Deus. Quando ele ficou adulto, foi para o deserto da Judéia, então, passou a pregar para que as pessoas deixassem o mal, se arrependessem dos seus pecados, e fossem batizadas. Ele usava uma veste de pêlos de camelo, e um cinto de couro em torno de sua cintura e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre. João Batista batizou no rio Jordão, a muitas pessoas e também batizou a Jesus.
Porém, muitas pessoas eram pecadoras e não queriam deixar seus pecados e por isso, mandaram matar a João e então, cortaram sua cabeça e colocaram em uma bandeja por ordem do Rei Herodes, O Grande, a pedido de Antipas, que era sua filha. Este rei foi quem mandou matar os bebês na época do Nascimento de Jesus. Da mesma forma, nascemos para cumprir um propósito de Deus, pregar a salvação aos perdidos, tanto para as crianças como adultos. E Deus escolheu você para pregar a sua Palavra.


sábado, 4 de maio de 2013

Anunciação à Virgem Maria

Exatamente como fora anunciado, "o Verbo se fez Carne e habitou entre nós". No seio de uma Virgem puríssima. Estamos no segundo ato do drama da humanidade. Agora, um anjo abre as portas de um novo paraíso - e conversa com uma mulher. Ele é um anjo bom e ela a nada mais aspira que ser a "serva do Senhor".
Por isso, Deus a fez "bendita entre as mulheres" e "todas as nações a chamarão bem-aventurada". "O anjo Gabriel foi, por Deus, enviado a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão, que se chamava José, da casa de Davi - e o nome da Virgem era Maria". (Lc 1, 26)
José e Maria eram puros e santos. Eram casados, sim, diante da lei, diante dos homens. Deus quis que seu Filho nascesse numa família. Mas eram virgens e virgens permaneceram durante toda a vida - vida de perfeita doação a Deus.
Entre os judeus, o casamento constava de duas cerimônias; o desposório, em que os noivos eram considerados legítimos esposos, porém, cada um continuava a residir em sua casa paterna; e, cerca de um ano depois, a festa de bodas, em que a esposa era solenemente levada à casa do esposo. Maria, desposada com José, concebeu antes dessa última cerimônia.
Voltemos ao Evangelho: "Entrando o Anjo onde ela estava, disse: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo, bendita és tu entre as mulheres. Quando ela ouviu, turbou-se com o seu dizer e cogitava que saudação fosse esta. E o anjo lhe disse: Não temas, Maria; pois achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás em teu seio e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.
Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu Pai, e reinará na casa de Jacó eternamente. E o seu reino não terá fim. E disse Maria ao anjo: Como se fará isso, pois que não conheço varão? E respondendo, o anjo lhe disse: O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. E por isso que o Santo que nascerá de ti será chamado Filho de Deus.
E aí está Isabel, tua parenta, que também ela concebeu um filho na sua velhice e este é o sexto mês da que chamam estéril. Porque a Deus nada é impossível. Então, disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 25s).
Foi, então, aí que Maria soube do que se passava com Isabel, decidindo-se a visitá-la, permanecendo com ela cerca de três meses, ou seja, até João nascer. A partir do momento em que aceitou a maternidade divina, Maria tornou-se grávida de Jesus.
S. José percebeu a gravidez. Atônito, sem saber do que se passara, "decidiu-se a deixá-la, secretamente". Mas o anjo intervém: "José filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela se gerou é obra do Espírito Santo" (Mt 1, 20).
Jesus - Deus e homem - é filho de Deus e de Maria. S. José é seu pai adotivo. Pai adotivo que, na pureza e humildade, desempenhou a missão de chefe da mais Santa família que houve na terra. Vemos no anúncio à Virgem, na mais importante mensagem que os homens já receberam, a origem da mais popular oração: a Ave-Maria - oração que nos veio do Céu, oração que aprendemos de um anjo.
Iluminada pelo Espírito Santo, Isabel acrescenta o seu louvor. Mais tarde, no século IV, introduz-se a palavra Jesus, E, no século XVI, é completada pelo último parágrafo, nascido da devoção da Igreja e prescrito por S. Pio V, em 1570.
Assim, temos a Ave-Maria completa: Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois entre as mulheres e bendito é o fruto de vosso ventre: Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.
Também muito bonita e inteiramente ligada a este assunto é a oração do Angelus: 
O Anjo do Senhor anunciou a Maria. 
E ela concebeu por obra do Espírito Santo. 
Ave Maria, cheia de graça ...
Eis aqui a serva do Senhor. 
Faça-se em mim segundo a vossa palavra.
Ave Maria, cheia de graça ...
E o Verbo se fez carne. E habitou entre nós. 
Ave Maria, cheia de graça ...
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos 
Infundi, Senhor, vossa graça em nossas almas para que nós, que conhecemos, pela anunciação do Anjo, a encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, cheguemos, por sua Paixão e Cruz, à glória da Ressurreição. Pelo mesmo Jesus Cristo, Senhor nosso. Amém.

 



sexta-feira, 19 de abril de 2013

Oitavo Mandamento - Não levantar falso testemunho 
"NÃO LEVANTARÁS FALSO TESTEMUNHO CONTRA TEU PRÓXIMO".
(Ex 20,16)
 

I - Viver na verdade:

Temos no Antigo Testamento que Deus é fonte de toda verdade. Sua Palavra é verdade. Sua Lei é verdade. "Sua fidelidade continua de geração em geração" (Sl 119,90). Foi em Jesus Cristo que a verdade se manifestou plenamente. "Cheio de graça e verdade", Ele é a "luz do mundo" (Jo 8,12), a Verdade. O verdadeiro discípulo de Jesus em sua "permanece em sua palavra" para conhecer a "verdade que liberta" (Jo 8,32) e santifica. Jesus nos ensinou o amor incondicional da verdade: "Seja o vosso 'sim, sim e o vosso 'não', não. (Mt 5,37).
Os homens tendem à verdade e são obrigados a honrá-la e testemunhá-la. São também obrigados a aderir à verdade e ordenar suas vidas segundo as suas exigências. A verdade deve estar presente em nosso falar, pensar e agir pois assim, estamos nos guardando da duplicidade, simulação e da hipocrisia. Devemos Ter veracidade naquilo que fazemos ou dizemos.
Não haveria possibilidade de convivência recíproca se não houvesse a verdade entre as pessoas. A verdade nos ensina corretamente aquilo que deve ser expresso e aquilo que deve ser guardado. Isso implica em honestidade e discrição. Todos devem manifestar a verdade entre si mesmos.
Partindo deste raciocínio devemos entender qual é a seriedade que é viver na verdade. "Um inimigo pode nos causar um terrível mal (matar, ferir gravemente, espalhar falsos boatos, roubar, etc ...), mas um amigo pode nos destruir por completo". Daí temos a importância seríssima de manifestar a verdade para com as outras pessoas. O nosso amigo, e quando mais intimo, é aquele que nos conhece, sabe das nossas fraquezas, das nossas limitações. É por isso que devemos ser verdadeiros.
O discípulo de Cristo "aceita viver na verdade", esto é, na simplicidade de uma vida conforme o exemplo do Senhor. Ao dizermos que estamos em comunhão com Ele e, pelo contrário, andamos nas trevas, estamos mentindo descaradamente para Deus e para nós mesmos.
II - Dar testemunho da verdade:
Assim como Cristo proclamou diante Pilatos que "veio ao mundo para dar testemunho da verdade", o cristão não deve temer ou envergonhar-se de dar testemunho do Senhor (2 Tm 1,8). O cristão deve manter uma "consciência irrepreensível, constantemente, diante do Senhor e dos homens" (At 24, 16). Ao fazer parte da Igreja, o cristão deve dar testemunho do Evangelho e das obrigações dele decorrentes. Ele fará isso através de seus atos e palavras.
O martírio é o supremo teste da verdade e implica em dar testemunho que pode, muitas vezes, ira até a morte. O mártir é aquele que dá tesmunho do Cristo, morto e ressuscitado, ao qual está unido pela caridade. Enfrenta a morte num ato de fortaleza. "Deixai-me ser comida das feras. É por elas que me será concedido chegar até Deus. (Santo Inácio). Temos então as lembranças daqueles que foram até o fim por causa de Cristo. São as "Atas dos mártires".
III - As ofensas à verdade:
O Falso testemunho e o perjúrio:
Quando se emite publicamente algo contrário à verdade, diante de um tribunal, é falso testemunho e quando se está sob juramento, é perjúrio. Isso pode contribuir para condenar injustamente um inocente ou inocentar o culpado. Prejudica o exercício da justiça pronunciada pelos juizes.
Respeito à reputação das pessoas:
É proibido qualquer atitude e palavra que cause um prejuízo injusto. Torna-se culpado:
De juízo temerário (imprudente):
Aquele que, secretamente, admite como verdadeiro, sem razão alguma, o defeito moral do próximo.
De malediscência:
Aquele que, sem razão válida, revela as pessoas que não sabem os defeitos do próximo e suas faltas.
De calúnia:
Aquele que, pela mentira, prejudica a reputação dos outros e causa falsos juízos a respeito deles. Para não cairmos no juízo temerário (julgar sem medir as conseqüências), temos que interpretar de modo favorável tanto quanto possível o pensamento, atos e palavras do próximo.
Malediscência e calúnia:
Mancham a reputação e a honra do próximo. Todos têm direito à honra do próprio nome, à sua reputação e ao seu respeito. Logo, a malediscência e a calúnia ferem as virtudes da justiça e da caridade.
Adulação, bajulação ou complacência:
Deve-se tomar muito cuidado com atos ou palavras que, por (bajulação), confirme e encoraje o outro na malícia de seus atos e perversidade. Adulação é falta grave quando cúmplice de vícios ou de pecados graves. Se torna um pecado venial, quando só quer ser agradável, evitar um mal, remediar uma necessidade, obter vantagens legítimas.
A jactância ou fanfarronice:
É uma falta grave contra a verdade e o mesmo vale para a ironia que é depreciar alguém caricaturando, de modo malélovo, seu comportamento.
A mentira:
É dizer o que é falso com a intenção de enganar. O Senhor denuncia na mentira uma obra diabólica: "Vós sois do diabo, vosso pai, ... nele não há verdade: quando ele mente, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira" (Jo 8, 44). É a ofensa direta á verdade. Mentir é falar ou agir contra ela para induzir um erro. Fere a relação do homem como o seu próximo e com o Senhor.
A mentira torna-se mortal, embora seja um pecado venial em si, quando fere gravemente as virtudes da justiça e da caridade. Sua punição varia de acordo com as circunstâncias, a intenção do mentiroso, as conseqüências sofridas por suas vítimas.
A mentira é uma profanação da palavra que tem como finalidade levar a verdade a outros e é condenável em sua natureza. Quando induzimos o próximo, através da mentira, a um erro estamos cometendo uma falta grave contra a justiça e a caridade. A culpa é maior ainda, quando a intenção é de enganar. Causa a morte para aqueles que são desviados da verdade.
A mentira é uma verdadeira violência ao próximo porque o impede de obter a capacidade conhecer, que é a condição de todo o juízo e decisão. Ela mina a confiança entre os homens e rompe o tecido das relações sociais.
Toda falta contra a justiça e a verdade impõe uma reparação, mesmo após o perdão. Não podendo reparar um erro publicamente, deve-se fazê-lo em segredo; se aquele que sofreu o prejuízo não puder ser indenizado, deve-se dar-lhe satisfação moral, em nome da caridade. Isso também é válido para as faltas cometidas contra a reputação dos homens.
IV - O respeito à verdade:
Nós devemos Ter muito cuidado para saber avaliar as condições e ver se é pudente ou não revelar a verdade àquele que a pede. A caridade e o respeito à ditarão a resposta. A todo pedido de informação. Ninguém pode revelar a verdade a quem não tem o direito de conhecê-la e por isso temos que saber guardar segredo quando necessário.
O sacramento da confissão é inviolável e não pode ser traído em hipótese nenhuma pelo sacerdote. Os segredos profissionais devem se mantidos sob total sigilo, salvo casos em que venham a trazer prejuízo grave àqueles que os confia, àquele que os recebe ou a um terceiro e só evitáveis mediante divulgação da verdade.
Todos temos o dever de manter a justa reserva acerca dos segredos particulares das pessoas.
V - O uso dos meios de comunicação social:
Na sociedade moderna, os meios de comunicação social, infelizmente uma minoria, estão a serviço do bem comum. A sociedade tem direito a uma informação fundada sobre a verdade, a liberdade, a justiça e a solidariedade. Os membros da sociedade, porém também devem cumprir neste particular os deveres de justiça e verdade. Eles devem exigir que os meios de comunicação social contribuam para auxiliar na formação e difusão da reta opinião pública. A conseqüência é que daí surgem uma comunicação verdadeira, justa e livre, favorecendo a circulação de idéias que aumentam o conhecimento e o respeito aos outros.
Nós temos que exigir da mídia maior moderação e disciplina quanto à programação e assim termos uma consciência esclarecida e correta para resistirmos às influências negativas. A imprensa tem o dever e obrigação, na difusão da informação, de servir à verdade e não ofender a caridade. Ela deve se esforçar para não omitir a verdade dentro dos limites do juízo crítico a respeito das pessoas. A imprensa não deve ceder à difamação.
As autoridades civis têm o dever de defender o bem comum. É através da publicação de leis, e de sua aplicação rigorosa e do cuidado pelo bom uso dos meios de comunicação, que os poderes públicos evitarão que haja graves danos aos costumes e progressos da sociedade.
Nada justifica a recusa do uso de falsas informações para manipulação da opinião pública. A moral denuncia o flagelo dos estados totalitários que falsificam a verdade, exercem pelos meios de comunicação uma dominação da opinião pública, manipulam os acusados e as testemunhas de processos públicos, etc...
VI - Verdade, beleza e arte sacra:
A prática do bem vem acompanhada de um prazer espiritual gratuito e da beleza moral. A verdade é bela em sim mesma e implica alegria e explendor espiritual. É a expressão racional do conhecimento da realidade criada e incriada. É necessária ao homem, dotado de inteligência e pode encontrar outras formas de expressão humana, sobretudo quando retrata de evocar dela o que há de indizível, as profundezas do coração, as elevações da alma, o mistério de Deus.
Antes de se revelar ao homem por palavras, Deus o fez através da criação - "a grandeza e a beleza das criaturas levam, por comparação, à contemplação de seu Autor" (Sb 13,5). "pois foi a própria fonte da beleza que as criou" (Sb 13,3).
Criado à imagem e semelhança de Deus, o homem exprime a verdade de sua relação com Ele através das manifestações artísticas. A arte é uma riqueza interior da humanidade dada gratuitamente por Deus em abundância. Ela une conhecimento e perícia, para dar forma à verdade de uma realidade acessível à vista e ao ouvido. A arte é parecida com a obra da criação, quando é inspirada na verdade e no amor das criaturas.
A arte sacra tem como função evocar e glorificar, na fé e na adoração, o mistério transcendente de Deus, beleza excelsa e invisível de verdade e amor, revelada em Cristo, "resplendor de Sua glória, expressão de seu Ser" (Hb 1,3), "em que habita toda a plenitude da divindade" (CL 2, 9).

quinta-feira, 11 de abril de 2013


Décimo Mandamento - Não cobiçar as coisas alheias
 

"NÃO COBIÇARÁS ... COISA ALGUMA QUE PERTENÇA AO TEU PRÓXIMO"
(Ex 20, 17)


O décimo mandamento se refere e proíbe a cobiça dos bens dos outros, raiz do roubo, da rapina e da fraude, que o sétimo mandamento proíbe. A cupidez (cobiça) tem sua origem, como a fornicação (praticar o coito, importunar), na idolatria proibida nas três primeiras prescrições da Lei. O décimo mandamento resume, junto com o nono, todos os preceitos da Lei.

I - "A desordem das concuspiscências"

O apetite sensível nos faz desejar aquilo que não temos. Por exemplo, comer quando temos fome, ou nos aquecermos quando temos frio. Estes desejos não são maus, mas muitas vezes extrapolam os limites da razão e nos fazem desejar injustamente aquilo que não é nosso. O Décimo mandamento nos proíbe o desejo de uma apropriação desmedida dos bens terrenos; proíbe a cobiça desmedida vinda da paixão imoderada pelas riquezas e de seu poder.

Quando desejamos obter as coisas dos outros, mas de modo justo, não violamos este mandamento. Aqui temos as características das pessoas que mais devem lutar contra as suas concuspiscências:

- Os comerciantes que desejam os preços altos dos produtos, que vêem com pesar que não são os únicos a comprar e vender; e se acham no direito de comprar ao preço mínimo e vender mais caro; os que desejam que seus semelhantes vivam na miséria para obterem lucro, quer vendendo ou comprando deles... Os médicos que desejam que sempre haja doentes; os legistas que desejam que haja sempre causas e processos numerosos...

- A inveja é um vício capital (grave). Designa a tristeza sentida diante do bem do outro e do desejo desmedido de sua apropriação. Ao desejar um mal grande ao outro, cometemos um pecado mortal. Santo Agostinho via na inveja "o pecado diabólico por excelência". Dela nascem o ódio, maledicência, calúnia, alegria causa com a desgraça do outro e o desprazer causado pela sua prosperidade. A Inveja é contrária a caridade. O Batizado deve lutar contra ela mediante a benevolência.

II - "Os desejos do espírito"

É na Lei e na graça que somos instruídos pelo Espírito Santo ao Sumo-Bem; é nele que saciamos o nosso coração. O Deus das promessas sempre nos advertiu contra aquilo que, desde sempre, parece como "bom ao apetite, agradável aos olhos, desejável para adquirir ciência" (Gn 3, 6).

A própria Lei confiada a Israel não bastou para justificar aqueles que se sujeitavam à ela, antes tornou-se mesmo o instrumento da cobiça. Agora, porém, manifestou-se a Justiça de Deus, testemunhada pela Lei e pelos profetas, operada em Jesus Cristo em favor daqueles que crêem.

III - "A pobreza de coração"

Jesus disse a seus discípulos para preferi-lo a tudo e a todos por causa dele e do Evangelho. Ele deu-lhes o exemplo da pobre viúva de Jerusalém, de usa indulgência, deu tudo o que possuía para viver. Os desprendimento das riquezas é primordial para se entrar no Reino. "Bem-aventurados os pobres em espírito" (Mt 5, 3).

Ser "pobre em espírito" é dedicar-se totalmente a uma humildade voluntária de espírito e sua renúncia. Infelizmente o orgulhoso procura o poder terreno, ao passo que o pobre em espírito busca o Reino dos Céus. O abandono nas mãos da providência do Pai do Céu, nos liberta da preocupação do amanhã. A confiança em Deus pré dispõe para a bem aventurança dos pobres. Eles verão a Deus.

IV - "Querer ver a Deus"

O desejo da felicidade verdadeira liberta o homem do apego desmedido aos bens terrenos, que se realizará na visão e na bem-aventurança de Deus. A promessa de ver a Deus ultrapassa todas as bem- aventuranças, na Escritura ver é possuir. Aquele que vê Deus obteve todos os bens que se pode imaginar.
Para possuir e contemplar a Deus, os fiéis de Jesus Cristo devem mortificar (dar morte) a sua concuspicência e superar, com a graça de Deus, as seduções do gozo e do poder.

O Sétimo Mandamento: Não Roubar

Ele direciona o homem ao verdadeiro desenvolvimento

 Imagem de Destaque

O Sétimo Mandamento não nos proíbe apenas de retirar algo de outra pessoa; ele exige também uma justa administração e divisão dos bens da terra, isto é, a regulação da propriedade privada e da distribuição dos rendimentos do trabalho humano. Também é denunciada, nesse mandamento, a injusta repartição das matérias-primas.
A Igreja encontra fundamentada neste mandamento também a sua doutrina social, que compreende o reto agir na atividade econômica e na vida social e política, o direito e o dever do trabalho humano, a justiça e a solidariedade entre as nações, o amor aos pobres.
Desta forma, o Catecismo da Igreja Católica afirma que esse mandamento prescreve o respeito aos bens alheios com a prática da justiça e da caridade, da temperança e da solidariedade. Em particular, exige o respeito das promessas e dos contratos estipulados; a reparação da injustiça cometida e a restituição do mal feito; bem como o respeito pela integridade da criação com o uso prudente e moderado dos recursos minerais, vegetais e animais existentes no universo, com especial atenção para com as espécies ameaçadas de extinção.
O Sétimo Mandamento, antes de mais, proíbe o furto, que é a usurpação do bem alheio contra a razoável vontade do seu proprietário. É o que também sucede no pagamento de salários injustos; na especulação sobre o valor dos bens para obter vantagens com prejuízo para os outros; na falsificação de cheques ou faturas. Proíbe, além disso, cometer fraudes fiscais ou comerciais, causar um dano às propriedades privadas ou públicas. Proíbe também a usura, a corrupção, o abuso privado dos bens sociais, os trabalhos culpavelmente mal feitos e o esbanjamento.
O furto também diz respeito aos bens imateriais. Esse tipo de pecado começa, por exemplo, quando copiamos alguém na escola, baixamos ilegalmente conteúdos da internet, fazemos fotocópias ilegais ou cópias piratas dos mais diversos tipos. O vandalismo e a danificação intencional do equipamento ou patrimônio público são formas de roubo e também devem ser reparados, afirma o Youcat - Catecismo Jovem (429).
A Igreja afirma que, tendo em vista que as pessoas são filhas de Deus, detentoras de uma dignidade única, é dever da doutrina social da Igreja interferir-se nas relações humanas, dando diretrizes a respeito da política, economia, ciências, entre outros, quando a dignidade delas é ameaçada. Assim, a Igreja emite um juízo moral em matéria econômica e social quando isso é exigido pelos direitos fundamentais da pessoa, do bem comum ou da salvação das almas. Pois todas estas relações sociais devem ter o homem como seu autor, centro e fim.
Portanto, todo homem tem o dever e o direito a um trabalho, por meio do qual ele colabora com Deus criador, pois, ao trabalhar com empenho e competência, a pessoa põe em ação capacidades inscritas na sua natureza, exalta os dons do Criador e os talentos recebidos, sustenta-se a si e aos seus familiares, serve a comunidade humana. Além disso, com a graça de Deus, o trabalho pode ser meio de santificação e de colaboração com Cristo para a salvação dos outros.
Os trabalhadores devem realizar o seu trabalho, com consciência, competência e dedicação, procurando resolver, com o diálogo, eventuais controvérsias. O recurso à greve, quando esta não é violenta, é moralmente legítimo ao se apresentar como instrumento necessário em vista dum benefício proporcionado e tendo em conta o bem comum. Compete ao Estado fornecer a segurança das garantias das liberdades individuais e da propriedade, para além duma moeda estável e de serviços públicos eficientes; compete-lhe ainda zelar e orientar o exercício dos direitos humanos no setor econômico. A sociedade deve ajudar os cidadãos a encontrar trabalho, conforme as circunstâncias.
No plano internacional, todas as nações e instituições devem atuar na solidariedade e na subsidiariedade, com vista a eliminar, ou pelo menos reduzir, a miséria, a desigualdade dos recursos e dos meios econômicos, as injustiças econômicas e sociais, a exploração das pessoas, a acumulação da dívida dos países pobres, os mecanismos perversos que criam obstáculos ao progresso dos países menos desenvolvidos.
O homem é autor, centro e fim de toda a vida econômica e social, sendo assim, o ponto central das questões sociais, tratadas no Sétimo Mandamento, para que os bens criados por Deus para todos, de fato, cheguem a todos, conforme a justiça e com a ajuda da caridade.

domingo, 31 de março de 2013

Semana Santa - Tríduo Pascal 

Galerinha, vivemos um tempo muito importante na nossa caminhada cristã que foi a Semana Santa. Vamos agora ver o significado dessa semana, que para nós católicos é a semana mais importante do Cristianismo... Leia com atenção.


Começa no Domingo de Ramos, a Semana Santa, também chamada Semana Maior, não por ter mais dias, mas por que nela se insere o Tríduo Pascal, composto por Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa e Sábado Santo, culminando com a Solene Vigília Pascal.
No Domingo de Ramos a Igreja comemora a entrada solene de Jesus em Jerusalém, entrada triunfal com cânticos de alegria e ramos de palmeira, contrastando com a humildade de Jesus que monta um burriquito. Nada faria prever que depois de tal apoteose que levou alguns fariseus a dizerem a Jesus: “Mestre, repreende os teus discípulos”, tendo Jesus respondido: “Eu vos digo: se eles se calarem, gritarão as pedras”(Cfr. Lc. 19, 39,40), passados cinco dias os mesmos O acusariam e condenariam à morte mais infamante – a morte de Cruz, reservada aos piores malfeitores.
Quinta-feira Santa é o primeiro dia do Tríduo Pascal. Nesse dia Jesus celebrou a Última Ceia com os seus discípulos, tendo instituído a Eucaristia e o Sacerdócio ministerial.
 A Ceia era uma festa judaica, recordatório do êxodo dos judeus para o deserto. O Senhor como judeu fiel à Lei, procurou que a Ceia fosse preparada com todo o rigor e esplendor. Foram Pedro e João os encarregados de fazer todos os preparativos.
Nessa altura Jesus sabia que a Sua morte estava próxima e quis deixar aos seus um exemplo de humildade e serviço – foi com a cerimónia do Lava-pés. A lição do Senhor mais do que de humildade e serviço, foi de amor - «humilhou-se e tomou a forma de servo (Fil. 2, 7).
Jesus ia partir e quis deixar uma recordação aos seus – instituiu a Eucaristia. Ficou Ele mesmo, sob as espécies de pão e de vinho; deu-se a Transubstanciação: os acidentes ficaram, mas a substância do pão e do vinho foi mudada no Corpo e Sangue de Jesus.
Acabada a Ceia foram para o Jardim das Oliveiras, onde Jesus se recolhe em oração e sente sobre Si o peso de todos os pecados da Humanidade – os passados, os presentes e os futuros; cada um de nós contribuiu para a Agonia de Jesus, e segundo Pascal, as coisas não ficam por aqui, pois ele afirma que “Jesus está em agonia até ao fim dos tempos”.
 
No Jardim das Oliveiras Jesus é preso; segue-se a flagelação, a coroação de espinhos, as injúrias, as blasfémias, as troças. Os algozes foram muitos dos que tinham sido objecto da bondade de Jesus, mas por cobardia, respeitos humanos ou dinheiro, atraiçoaram-nO, sendo o primeiro Judas, um dos Apóstolos.
Tudo isto ocorre na madrugada de Quinta para Sexta-feira, quando começa o julgamento para dar uma aparência de legalidade. O Senhor é condenado à morte e parte para o Calvário com a Cruz aos ombros. No caminho, exausto, dá sinais de desfalecer. Os seus carrascos para levarem o tormento até ao fim, contratam Simão de Cirene para ajudar Jesus. Dá-se então o encontro de Jesus com Sua Mãe – esse encontro foi ao mesmo tempo motivo de nova dor, mas também de lenitivo, pois a presença de Mãe é sempre um alívio.
Crucificado, padeceu três longas horas de dolorosa agonia e morre por que quer, como se depreende das suas últimas palavras: “Pai, em Tuas mãos encomendo o Meu espírito” (Lc., 23, 46). E se nasceu pobre numa gruta, pobre morreu, pois teve de ser sepultado no sepulcro de um amigo – José de Arimateia.
Aí ficou até que passasse o descanso de Sábado e na madrugada de Domingo ressuscitou. Morreu para nos salvar do pecado, pois só a morte de um Homem verdadeiro que é ao mesmo tempo Deus verdadeiro, podia satisfazer a justiça divina. A morte não podia triunfar e com S. Paulo podemos dizer: “(…)Onde está, ó Morte, a tua vitória? Onde está, ó Morte o teu aguilhão?” (1 Cor., 15, 54-55). 
 

sábado, 2 de março de 2013

 
CATEQUESE DE PERSEVERANÇA
 
Juventude e opção por Jesus Cristo
 
 

A Campanha da Fraternidade desse ano vem direcionada principalmente aos jovens, até porque estamos no ano da Jornada Mundial da Juventude. Nesse primeiro encontro que vem com o tema " Juventude e opção por Jesus Cristo", temos um grande lema a seguir.
Vamos baixar nossa cabeça e imaginar nossa vida sem Deus... Agora pergunte a você mesmo: Isso é possível? Claro que não! Devemos ter esse pensamento em nossa vida e nunca deixar nada te afastar do sentido de nossa vida, Deus.
Fazer a opção por Jesus Cristo é um grande compromisso, temos que renunciar as coisas do mundo que nos faz só andar para trás e ter uma responsabilidade com Deus, ir a missa, aos grupos de oração, eventos da paróquia, visitar um irmão quando ele estiver doente e muitas outras coisas. Pensa que é fácil? É não! Reflita... Todos os domingos temos a Santa Missa, e no mesmo horário vai passar a final do campeonato. Não tem como conciliar as duas coisas, se tem que fazer uma "opção": Ou o futebol ou Deus. E muitas vezes, o inimigo nos aconselha a fazer a opção errada, a que te afasta da palavra de Deus e você cai em tentação.
Devemos ser fortes, porque as coisas do mundo estão ai para nos desviar, agora se estivermos contritos com Deus, nada, mais nada, nos vencerá. E o que devemos fazer para isso acontecer? Ir a Missa, pedir a Deus para aumentar a nossa fé, pois somos covardes, muitas vezes só pensamos em nós mesmo.
Então jovens, assim como eu também, vamos ter mais responsabilidade e fazer a opção correta, que nos leva a salvação. Nunca pensar que somos fracos, que estamos sozinho, nunca pensar em desistir, pois Deus nunca desiste de nós.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

 

Quinto Mandamento - Não matar 

  
"NÃO MATARÁS"    


A vida humana é sagrada porque desde sua origem ela teve a ação criadora de Deus. E permanece para sempre ligado a Ele, seu único fim. Só Deus é o dono da Vida, do começo ao fim; ninguém, em hipótese nenhuma, tem o direito de tirar a vida de um ser humano inocente.

I - "Respeito à vida humana"

Podemos ver em Gênesis o ato maldoso de Caim que matou Abel, cometendo Fraticídio (= assassinar o próprio irmão ou irmã). O homem se torna inimigo de si mesmo por causa da cobiça e da cólera vindas do pecado original. Na Sagrada Escritura vemos claramente a proibição do quinto mandamento: "Não matarás o inocente nem o justo" (Ex 23,7)

E ainda no Sermão da Montanha, Jesus ensina a proibição da cólera, do ódio e da vingança e diz a Pedro para que ofereça a outra face e ame seus inimigos (Mt 5,21)

A LEGÍTMA DEFESA :

A ação de se defender pode trazer duas consequências : uma é a conservação da própria vida e a outra é a morte do agressor. Só a primeira delas é que deve ser desejada porque só devemos partir para a agressão física, se for extremamente necessário, com uma resposta igual a do agressor. Isso porque se alguém, para se defender, usar de violência mais do que é necessário, seu ato será ilícito. Mas, se a violência for repelida com medida, será lícito...

Então quem apenas defende sua própria vida não será culpável de homicídio, mesmo sendo obrigado a matar o agressor. As autoridades têm o dever de impossibilitar os agressores que prejudicam a sociedade dessa forma. O Estado deve conter a difusão de comportamentos nocivos à sociedade. Assim as penas imputadas pelas autoridades, têm o dever de defender a ordem pública e, na medida do possível, promover a correção e recuperação do culpado.

HOMICÍDIO :

O quinto mandamento qualifica como gravemente pecaminoso o homicídio direto e voluntário e o assassino e seus colaboradores que o praticam, estão cometendo um pecado que clama ao céu, por vingança. É proibido também qualquer ato que venha a provocar indiretamente a morte. Não se pode colocar em risco mortal sem razão uma pessoa ou se recusar a ajudar alguém que esteja correndo perigo.
O homicídio involuntário também é uma falta grave porque a pessoa que o praticou, agiu de modo a provocar a morte, ainda que sem a intensão de causá-la.

ABORTO :


O ser humano deve ser respeitado desde o momento de sua existência, no ventre de sua mãe, e deve ter todos os seus direitos de pessoa humana. "Antes mesmo de Te formares no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei" (Jr 1,5).

A Igreja repudia este ato de maldade moral. O aborto provocado é gravemente contrário ao quinto mandamento e à lei moral e consiste em uma prática monstruosa. Todos os que cooperam com este ato estão cometendo uma falta gravíssima e estão sujeitos à excomunhão pelo próprio fato de cometer o delito contra um inocente.

Desde a sua concepção, o embrião deverá ser defendido em sua integridade, cuidado e curado, na medida do possível, como qualquer ser humano e é imoral usar os embriões como material genético disponível em laboratórios.

A EUTANÁSIA:

Consiste em pôr fim à vida de pessoas deficientes, gravemente doentes ou moribundas. Assim, toda ação de intenção ou omissão que acarrete o fim da dor, através da morte é gravemente contrária à dignidade do ser humano e ao Deus Vivo, seu criador. Quem prática e colabora com esta prática monstruosa está cometendo um assassinato.

O SUICÍDIO :

Todos somos responsáveis por nossa própria vida diante de Deus, que é o seu único e verdadeiro soberano. Somos meros administradores de nossa vida e não podemos desfazer dela. O suicídio é contrário à perpetuação da própria vida e ao amor do Deus Vivo.

Distúrbios psíquicos graves, a angústia ou o medo grave da provação, do sofrimento ou da tortura podem diminuir a responsabilidade do suicida. A Igreja ora pelas pessoas que atentam contra a própria vida.

II - "Respeito à dignidade das pessoas "

RESPEITO À SAÚDE :

O cuidado com a saúde precisa da ajuda da sociedade para se obter condições de vida que permitam crescer e atingir a maturidade: alimento, roupa, moradia, cuidado da saúde, ensino básico, emprego e assistência social. A moral a apela para o respeito à vida corporal, mas não faz dela um valor absoluto para não deixar que ninguém se apegue à uma concepção neo-pagã que promove o culto ao corpo. Em razão da escolha que faz entre os fortes e os fracos, essa concepção causa uma perversão nas relações humanas.
A virtude de temperança nos previne dos abusos da comida, álcool (deve-se evitar), fumo (deve-se evitar) e medicamentos que só devem ser sob orientação médica e para fins terapêuticos.

O uso de drogas se constitui em ato de certa forma grave, pois atenta gravemente contra a saúde, podendo provocar a morte dependendo das circunstancias. Sendo assim considerado um ato que tenta de forma grave ao quinto mandamento.

A produção e o tráfico de drogas são práticas escandalosas e colaboram diretamente com o mal.


RESPEITO À PESSOA E À PESQUISA CIENTÍFICA :


Experiências científicas, médicas ou psicológicas só devem ser usadas para promover a cura dos doentes e para melhorar a saúde pública. Experimentos em humanos não podem contrariar a dignidade e a moral. Não atendem a esses princípios quando feitos sem o concentimento do sujeito ou de seus representantes legais. Ex: doação de órgãos.

RESPEITO À INTEGRIDADE CORPORAL :

Os sequestros e a tomada de reféns fazem reinar o terror e exercem pressões intoleráveis sobre as vítimas. O terrorismo fere, ameaça e mata indiscriminadamente e é gravemente contrário à justiça e à caridade.

As várias formas de tortura física e moral que são usadas para amedrontar, castigar, arrancar a confissão dos culpados e satisfazer o ódio também são gravemente contrárias à dignidade da pessoa humana. As amputações e mutilações só poderão ser aceitas se atenderem a fins terapêuticos.

Infelizmente, em épocas passadas, práticas cruéis foram usadas por governos para manter a lei e a ordem e, muitas vezes, sem protesto dos pastores da Igreja, que também adotavam tais práticas em seus próprios tribunais, aprovando o direito romano da tortura. Lamentavelmente, ao lado desses fatos, a Igreja sempre ensinou aos cléricos a clemência e a misericórdia : proibiu-se de derramar sangue.

RESPEITO AOS MORTOS :

Temos que dar cuidados e atenção para que os moribundos tenham condições de viver digninamente seus últimos dias aqui na Terra. Eles deverão receber, em tempo oportuno, os sacramentos para se prepararem para se encontrarem co o Deus Vivo.

Os corpos dos defuntos devem ser respeitados na fé, na caridade e na esperança da ressurreição. A autópsia poderá ser aceita somente para fins de investigação legal ou para pesquisa científica.

III . "A Salvaguarda da Paz "

A PAZ :

O quinto mandamento nos lembra que devemos evitar a cólera assassina e o ódio. A cólera é o desejo de vingança. É errado desejar o mal àquele que merece punição, ... Mas é correto impor uma correção a ele. Se essa cólera continuar sendo alimentada, pode se tornar um forte desejo de matar ou ferir gravemente alguém e sendo assim, é um pecado mortal.

O ódio voluntário é pecado grave quando o homem quer diretamente o mal do outro. O respeito e o desenvolvimento da vida humana exigem a paz. A paz não é só a ausência da guerra, também é a livre comunicação entre os homens, respeito pela dignidade das pessoas e prática incessante da fraternidade. É a "tranquilidade da ordem", "obra de justiça" (Is 32,17) e efeito da caridade.

EVITAR A GUERRA :

Cada cidadão e governante deve agir de modo a evitar a guerra, mas em caso de haver o perigo de se entrar em guerra, sem uma autoridade competente internacionalmente dotada de forças suficientes, e os esforços de promover a paz se esgotaram, não se pode negar aso governos o direito da legítima defesa.
Pode-se recorrer a legítima defesa pela força militar se os seguintes requisitos estiverem satisfeitos simultaneamente :

- O dano causado à nação ou nações, seja durável, grave e certo;
- Todos os outros meios de pôr fim ao dano se tenham esgotado;
- Estejam reunidas as condições sérias de êxito;
- Somente o mal causador do dano deve sofrer as graves conseqúências. (Temos aqui a chamada "doutrina da guerra justa")

Os poderes públicos devem fazer o máximo para se evitar os conflitos armados, uma vez iniciada a guerra, nem tudo é permitido entre as partes inimigas.

É preciso tratar com respeito os não-combatentes, feridos e prisioneiros. O extermínio de um povo, Nação ou minoria étnica deve ser considerado um pecado mortal. O maior perigo da guerra é dar chance aos países possuidores de armas atômicas, biológicas e químicas de cometerem esses atos monstruosos.

A acumulação de armas é vista como a maneira mais eficaz de garantir a paz entre as nações. A corrida armamentista também não garante a paz. Ao contrário, pode agrava-la mais ainda. Os gastos faraônicas na fabricação de novas armas mais modernas e mais potentes só impede de socorrer as populações indigentes. Esses fatores só servem para aumentar o risco de os conflitos armados se multiplicarem ainda mais.

Por fim, dizemos que a injustiças, as desigualdades excessivas de ordem econômica ou social, a inveja, a desconfiança e o orgulho que vive entre as nações, ameaçam sem cessar a paz e causam as guerras